segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Espero que eu saiba


Que eu saiba silenciar.

Não aquele silêncio arrogante de quem subestima o outro e tem preguiça de dialogar. Falo de um silêncio sutil, afetuoso, genuíno e acolhedor. Aquele silêncio que não tem necessidade de ter razão, que não espera um “concordo com você” ou um “bem que você disse”.

Que eu saiba amar.

Amar no sentido mais amplo da palavra. Não apenas aquilo que eu gosto, o que conheço e o que faz sentido para mim. Amar como uma possibilidade de encontro, de aceitação, de expansão da minha capacidade de sentir e apreciar o outro verdadeiramente.

Que eu saiba desapegar.

Desapegar de todas as coisas não resolvidas no meu coração. Desentulhar os restos de sonhos e deixar espaço para os novos. Reciclar as mágoas e perdoar as ofensas. Misturar meus rótulos e experimentar novas formas de ser.

Que eu saiba sentir.

Sentir falta. Sentir alegria. Sentir medo. Sentir raiva. Sentir gratidão. Sentir sem reversas. Deixando um espaço para que cada emoção possa se exercer. Vivendo um momento de cada vez. E entendendo que cada experiência, seja ela agradável ou não, deve ser apreciada.

Que eu saiba corresponder.

Corresponder aos gestos e afetos sinceros. Retribuir a alegria que alguém traz para minha vida. Recompensar as palavras afetuosas, as atitudes compreensivas e os atos bem intencionados. E que eu possa presentear os conhecidos e desconhecidos com o melhor de mim.

Seja em 2016, em 2026 ou em qualquer outra época... só espero que eu saiba.

0 comentários:

Postar um comentário